Empresas são parte da Sociedade e devem agir como tal
Empresas de diferentes partes do mundo resolveram tomar uma atitude perante uma ação internacional bélica que consideraram inaceitável. Fecharam seus negócios com o país agressor.
Foi uma atitude forte e contundente, mesmo com lucros cessantes, pois se junta aos esforços de interromper uma situação dramática.
O histórico de envolvimento de empresas tomando partido num esforço de retorno à normalidade nas relações internacionais nunca foi tão representativo, se é que aconteceu com alguma frequência no passado.
Durante a Segunda Guerra Mundial uma grande empresa de tecnologia se envolveu, através de seus parceiros, com a Alemanha Nazista, a despeito da proibição no seu país onde se localizava sua matriz. Realizavam o recenseamento de judeus e a administração de campos de concentração não só na Alemanha, mas também nos países conquistados. O relato de sua atuação e o grau de importância para o holocausto está descrito no livro de Edwin Black, lançado no Brasil em 2001.
A introdução de uma nova forma de pensar o papel das empresas na sociedade é fundamental para a melhoria da qualidade de vida da própria sociedade. Desde o episódio da manipulação de balanços ocorrida nos EUA nos anos 2000, assistimos uma mudança gradativa no posicionamento das empresas, estabelecendo normas de governança e de ética comportamental aderentes ao senso comum.
No Brasil o escândalo da Lava Jato descortinou as relações não republicanas entre parcelas do setor privado e o governo.
As empresas flagradas prometeram mudanças comportamentais e a sociedade, através de seus representantes, aceitou acordos neste sentido.
Enquanto sociedade, precisamos cada vez mais que as empresas entendam a sua responsabilidade e não se deixem levar por negócios onde a ética não está em primeiro lugar.
Com certeza, o mundo sairá fortalecido quando isto acontecer.
Ilan Goldman


